aos amigos ausentes
sem demora, bate
como fez a lua em dias de sol
maltrapilho nossa felicidade
em dizer te sinto
quando digo, algo me trava
porque não te vejo
porque quando vejo
é de sentir ausência
te sinto ausente, apenas.
dêem-lhe quente
fora da ordem desequilibrada das noites
quem nos viu pela penúltima vez acalmou a vista
de que nós estávamos ali, out
nocaute por sua vez português
nunca existiu o agora
e as mulheres sem roupa da igreja, sensível igreja
hoje nos dirão que estamos invertidos
o inverso nos protege como uma fenda
a faca tira-nos o medo do sangue doce
antes mangue fosse
e contrair nossos dentes ausentes
não é a solução
Encantro
a peça falava de um pulo quase ao abismo
que uma boca comia
me por dentro
tudo dentro da boca
a saliva sua meu corpo
você recitava
antes de minhas mãos escreverem
pó
antes de serem O
mesmo sem o ator dizer me queira
já o queria sozinha, moderna
delirante quando aos meus olhos ele insinuava pouco
hahahaha
eu ria
com dicotomia
de costas pro anjo
dó
no violão naquele dia
de amor
valente
por tirar de mim
soluços de espectador
já o quero ontem
quando o perdi
no palco-chão
quando o beijei no vento
emergi
Pôr e supor
eu tenho medo
de ter
entrelaçado: pedaços enfileirados
de pó
caídos sob as circunstâncias
que me regem
eu tenho medo
de ter
ou de não ter
tornado maestro
guiado mil músicas
de agonia
tudo é tão geral
tudo gera tudo igual
até isto
quando se desfaz nisto
visto que o poema
é quase ele mesmo
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