Posses Minhas

Meus santos, meus punhos,
Meus dentes estalam.
Meus sonhos, meus fumos,
Meus olhos se calam.
E numa vida bonita, sem nítida, eu falo:

- Meus reis já foram embora, meus reis!
Meus anos partiram sem volta, no ralo!

Também já não há volta de mim;
Sem meio, sem fim,
Sem nada eu fujo.
O homem partido sem lar,
sem refúgio,
Anda afogado com tédio a cantar.

(E parou de cantar...)
Meus santos, rochas
E meus claros cabelos
Não vêem que o relógio explodiu a rodar
Meus sonhos voaram dos meus próprios espelhos
E o mundo que era meu não quer mais falar!

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