Sonâmbula

À noite rolante do cobertor pra fora
dedico meus apelos que outrora
Não me carregue junto com sonhos reversos
que me permutam, embora seus versos
Encantam-me supostamente contrariados
E me estalam pro universo da mente.
Receio saborosamente os mistérios sonhosos
Que do meu pulso vagam-lhe saudosos
Por onde acabam começam a sugir
E com as minhas pernas inconscientes, interagir
Histórias que enganam o real e a moeda
Fazem voltar do tempo a instante queda
De corpo cansado e meias sujas deixadas sem ver
Uma cama obscura rejeita meu ser
Contraria os danos possíveis dos sonhos
Atormentam-me os olhos de águia medonhos
Não posso esperar parado a dormir
Espero meu braço cair, e dissolvo e suponho.
Ao amanhecer quase mato a mato a mim:
Não evitei e acabei mesmo assim
Na sopa de inutilidades castanhas
Que apenas confundem meu andar
E quando sempre me reflito a cantar
Estou diante de pessoas estranhas.

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