A sabedoria de um peixe

Uma vez, eu parei defronte a um lago. Joguei algumas migalhas de pão, como sempre fazia. Tomava um copo de mate gelado, como sempre tomava, meu cabelo estava assanhado como algumas vezes e meu all star estava sujo como todos os dias, mas eu decidi fazer algo diferente; levei meu violão, sentei na margem e comecei a tocar coisas sem sentido. Já estava acostumado com o barulho dos peixes que ali nadavam. Continuei a tocar meu violão e agora murmurava a letra de uma música.
Finalmente, cansei daquela paz e me preparava para ir trabalhar como nem sempre desejava, quando eu ouvi alguém me chamar. Um peixe estava falando comigo. Um peixe?
“Você não cansa de ser escravo?”
“Eu não sou um escravo”
“Você sabe dizer o que eu quero dizer com escravo?”
“Você é só uma ilusão, não venha me fazer perguntas difíceis!”
“Você trabalha porque você precisa comer, você come porque você precisa viver, você ama porque precisa mostrar para as pessoas que é amado, você me joga migalhas de pão porque você precisa se sentir útil para alguém, nem que seja para um peixe. Quer que eu continue?

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