A MESA

Estou em outra mesa. Uma mesa mais limpa, não tanto, mas limpa. Não tão desarrumada com barulhos inúteis. Minha antiga mesa, que, confesso, deve ser averiguada, cobre-me meu punho por me dizer nada. A antiga é só mais um entulho e insano entulho de pensamentos amontoados e confusos. É preciso estar em outra mesa para fugir dos problemas. Demais problemas que me impedem de escrever sob a mesa. Meus sentidos sobrepõem-se ao redor de idéias esferegráficas e sem sentido. Meus papéis a que me tenho são tantos e já não sei qual representar. Poderiam existir livros, mas o que há são rabiscos calados de uma noite calada. E o menos importante: meus pés não chegam ao chão na cadeira da mesa, pois meu orgulho, ou meu egoísmo inútil, não deixa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário