João.

Me olho no espelho e me sinto forjado;
Pior: me sinto vendido,
Vendido a baixo preço.
A mediocridade dos passos
Revela a minha fraqueza de alma.

Molestado.
Molestado pela teimosia de sobreviver
Com o gosto do feijão gelado no paladar,
Engolindo sem sede o café que me amarga,
Matando em brasa o cigarro que me mata por dentro.

Rumo pra casa;
No mesmo trem lotado de todo dia.
Com as mesmas pessoas de todo dia,
Que me olham como se me conhecessem,
Mas não me cumprimentam porque não me conhecem.

Desci antes do me destino.
Eu não queria nada demais, apenas um mergulho no mar
Eu queria a liberdade, mesmo que tardia
Me despi e corri em direção a ele,
Quem dera meu coração tivesse resistido.

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