Célebre

Tenho pena de novo. Do fajuto raio a infiltrar meus poros. Não achará nada, ou achará pedaços ocos de capilares a divagar como um rio. Vago meu escritório cheio, e percebo a luz solar invadir-me amargamente. Luz com sabor, pensei, é a pura comprovação de embriaguez. Mas mesmo não embriagado, pude ver/saborear a luz do sol. Seu beijo amargo cativa-me todas as manhãs de desapego. Todas as manhãs quando volto a atenção para os mortos desse mundo, o sol me ressucita. Frágil e com um toque quente, sou um novo vivo matinal. Coloco pimenta em meu café, dou meia volta e volto a morrer.

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