A carta

Quando dizem que o tempo voa, eu imagino de forma completamente distinta. Para mim, o tempo galopa. Passa rápido, é verdade, mas sempre tocando o chão de tempos em tempos, talvez para nos fazer perceber o quão longe já fomos e dessa forma podermos nos orgulhar ou nos arrepender de tempos que já não voltam mais.
Eu jamais escrevi uma carta antes, não uma carta real pelo menos, pelo fato de acreditar que palavras escritas podem se tornar eternos compromissos ou até mesmo provas contra si. Para mim, palavras escritas são verdadeiros contratos que não podem ser desditos ou contestados, muito menos apagados. Mas apesar de ser perigoso, chegou um momento em que eu decido assumir todos os riscos para te dizer algumas palavras incapazes de caber em um diálogo comum, até pelo fato de escondermos sempre o que se passa dentro de nós, talvez por medo de reprovação, orgulho ou vergonha, mas o tempo galopa tão rápido quanto se voasse, mas o seu tocar o chão é que nos proporciona momentos como esses, onde se põe pra fora o que se tem vontade dizer e que nos lembra de tantas coisas bonitas que poderíamos ter-nos dito, ou um elogio que poderíamos ter-nos feito que não passaram de meras intenções. Nos lembra também de tantas confissões que necessitamos um dia fazer, ou lágrimas que precisávamos derramar para seguir em frente que não chegaram às nossas bocas ou aos nossos olhos. Resolvi que prefiro pecar pelo excesso e não pela omissão, pois nunca saberemos quantos galopes ainda teremos pela frente, talvez um dia seja tarde demais.

Um comentário:

  1. Estou aqui no seu blog pela primeira vez
    li sua postagem o final escrito por você no seu blog me chamou atenção.
    Resolvi que prefiro pecar pelo excesso e não por omissão.
    E tudo que mais tenho feito na minha vida sem duvida vi a mim mesma nesse momento.
    Seguindo seu blog com muito carinho.
    beijos e beijos,Evanir.
    www.aviagem1.blogspot.com

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