Surto

Agora sou eu mesmo que falo. Realista. Sem figuras caídas do ar de linguagem. Sem graça. Com pressa e medo de não terminar logo. Sem a inspirada poesia. Eu falo: fujo do mundo, porque ele me persegue. Sobrevivo apenas porque vivo. E vivo enquanto posso. E não sei até onde vivo. Até onde é sonho. Até onde vão meus pés junto com a minha estrada. No meio da sala sentado no chão cantando em vão a música me consome e não sei por onde começo por mim. Não sei se tem fim.
Agora sou eu mesmo que desabafo. Não tem Diógenes, nem ninguém. Só alguém que bate à porta e me dá um susto tremendo de raiva. Só alguém que me olha ao fundo à procura do "garoto que não faz nada".
Agora sou eu mesmo que converso com o inconsciente. Que não sabe mais o que dizer. E, se diz, burla as próprias leis da mente.
Sem graça. Me visto novamente, vou pra rua em direção a nada, e o nada nunca acaba.

2 comentários:

  1. Ravi!
    Pois é, às vezes palavras rebuscadas e máscaras e pensamentos belos só nos esconde dos nossos verdadeiros sentimentos, que no fundo imperam em nós...


    Bjos.

    Vou linkar no meu blog.

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  2. título muito bom "loucos de deus perdidos pelo mar"

    ;)

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