O amor é quando a gente enfia na cabeça uma faca que deseja o bastante pra mudar os sentimentos e as atitudes do que ama. Amor deixa de ser amor quando a posse ou a sua falta invade por inteiro o ser. Tem a força, digo o amor não mais amor, de destruir em cacos de vidro minúsculos o coração do homem. E aí o coração deixa de ser coração e passa a furar, a cortar tudo que vem pela frente. Corta, por exemplo, a merda da ilusão, do irreal. É quando, a partir daí, o indivíduo se sente o mais idiota dos tolos. É quando entra-se num ciclo vicioso de ter ou ter e eis a solidão.
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