nunca vi um ano tão parado como
esse. não há vento, as árvores não se balançam. os ponteiros do relógio se movem
tão rapidamente a ponto de deduzir que não há ponteiros ali. as mesmas pessoas
passam e nos cumprimentam, outrora não há sequer pessoas. por dentro de todas as
coisas e todas as almas mora um eterno vazio, que, comparado com o deserto, é
mais tedioso.
onde estão as pessoas desse mundo? onde estão as festas, os movimentos, as cores, os sóis?
a cada ano que passa, sinto que não
há mais ano, não há mais tempo, não há mais humanos, nem felicidades à vista.
não há papo sério, apenas piadas sem graça. a cada absurdo que passa, vejo a
falta de alma nas almas deste mundo.

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