Outro pouco sobre ele.

Eu caminhava na rua com João Alfredo. Falávamos de negócios, de mulheres, de política. Essas coisas que todo homem sério conversa.
Já caía a noite quando seguíamos para um restaurante pomposo que havia na localidade. Segundo meu amigo João Alfredo, "um restaurante ao modelo parisiense". Pertencia ao seu sogro.
A família de João Alfredo nunca teve nada. Filho de um construtor e de uma lavadeira, não teve muita instrução, apesar de um inegável talento popular.
Desde cedo, começou a se envolver com figuras da sociedade, sempre usando pseudônimos e arranjando jeitos de se infiltrar entre os influentes.
Desposou uma moça jeitosa, rica, filha de um imigrante frânces, e com o que ela já tinha, multiplicou a fortuna da família, sendo bem-quisto pelo sogro.
Falando assim, João Alfredo parece ser um bom homem, mas de homem, só a moral e a genitália. Para satisfazer uma francesa ele não era capaz. Até que fazia um esforço, mas o seu negócio não era mulher.
Eu, como seu amigo, tive medo de que sua esposa o traísse com os outros homens da cidade e sujasse a reputação de João Alfredo. Não queria que meu amigo fosse ridicularizado! Sendo assim, acabei por propôr à nobre dama que eu, como amigo fiel de João Alfredo, poderia ocupar-lhe a cama quando necessário, se assim fosse sua vontade. Claro, sem que ele soubesse. Afinal, verdadeiros amigos não falam. Agem.

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