O destino do poeta

andando por entre os meios desastrosos, em esquinas nuas e amarelas como os olhos do cão, reza pelo futuro o poeta sem gosto. não seu sossego o encomoda, mas sua cara de homem sincero e correto normal. é dito pelos deuses que o poeta grita seu nome alto para os outros humanos reconhecerem a vergonha estampada e sóbria dos que não amanhecem ou dos que não degustam os dezoito segundos antes do pôr-do-dol. o registro do destino do poeta fica óbvio às margens de uma tristeza não vista, e assim por dizer uma tristeza ambígua, reveladora das máscaras adquiridas.

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