Tudo o que escrevo é pó.
Tudo que espirro, sopro, levanto
É pó que solto por entre os prédios na manhã ciumenta
O que procuro, entre argumentos de homem
É pó vazio que se desfaz em segundos perdidos
E tudo meu que não é pó é poeira
Bate leve sobre meu rosto imundo
Partículas de um sentimento mobiliado
Pelas impurezas carnais, e fugaz
Não mais a alma me devora
Como todas as manhãs de calafrios
Como todos os arrepios de corpo tranquilo
Tudo que vivo, apreendo, enrosco
Mera ferocidade que me excita
Consumo que me repele
Teias inacabadas de hipocrisia
Congelam meu sangue dormente.
"E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente".
ResponderExcluiradoro teus poemas mórbidos.
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