"Canto I", por Diógenes

O que pretendo cantar
não faz sentido
mesmo sentida a dor
desalmada, maculada.
E pra quê sentido?
Pra quê ouvido
o que não pôde se ouvir?
Porque o tato inacabado?
O toque, a risca, a ferida?
Canto um mundo sem dicionário,
análogo à vida.
Um significado qualquer
não dá sentido às flores
quando se sente as flores.
Procuram algo em mim
que não possuo:
Olho, cara boca,
Boca, cara, olho.

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